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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

- Tirinha -

Fim de jogo. Eu perdi.


 ­­  Reconheço, insisti tantas vezes antes de jogar a toalha ...
­­  "Jogar a toalha", uma bela expressão, uma dessas tantas que a origem sequer vem ao caso.
­­  Mas eu joguei. Não só a toalha. Joguei tudo fora. Quis jogar suas roupas, suas coisas, quis jogar sua presença. Mas ah, essa aí ...
­­  Danada sua presença. Ela ainda não se foi, você sabia? Me persegue, a maldita. E traz companhia! Folgada.
­­  Outro dia mesmo, ela convidou o seu cheiro, sua voz, seu jeito. Todos vieram dar uma festa aqui em casa.
­­  Casa. Uma cúmplice tão suja da sua presença ... Sempre tenta mostrar que você ainda está aqui de alguma forma, demonstrando vestígios, retratos, algumas roupas, algumas lembranças.
­­  As lembranças? Essas não joguei fora. Isso mesmo, eu deixei aqui. Uma forma de dizer que eu ainda tenho algo a me apegar, mesmo que sejam apenas memórias. Algo abstrato, você diria. Mas eu digo, quando fecho os olhos, parecem mesmo reais.
­­  Ah-ah. Não se importe. Não estou rogando que volte, isso não.
­­  Fique com ela, de verdade. Aquela que você chama de amor. Que você diz ser perfeita.
­­  Você tá certo, ela é perfeita. Bonita, inteligente, doce, educada ...
­­  Eu não! Pedi que se afastasse de seus amigos que nos prejudicavam, assim que nos conhecemos. Mal cuidava dos meus cabelos, e tinha uma TPM que te afugentava na primeira noite. Você sempre voltava somente na sétima.
É, meu bem, a vida é dura. A vida. Essa sim é uma bela amiga! Uma que me fez chegar à uma bela conclusão:
O jogo recomeçou. Saí ganhando

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