Vou chorar baixinho, com a cara escondida nos travesseiros e os ombros mexendo agitados. Vou olhar pra tudo como sempre olhei, de frente, com os olhos semicerrados. Esta doendo, em algum lugar esta doendo e eu sei. Pela primeira vez estou realmente só e, sei lá, é como se a tempos já estivesse acostumada com isso. Com esse abandono bruto. Queria um consolo que ninguém dá. Queria colo, uma conversa aos sussurros e uns motivos para rir, nem que fosse bem baixinho. Preciso desse ombro, desse abraço, desse Vai ficar tudo bem dito ao pé do ouvido. Tenho que esperar passar, esperar sarar mais essa ferida e tenho que ficar quietinha aqui, no meu canto, balançando sozinha e sentindo nada e o amargo na boca, do gosto das coisas que saem. Vou ficar olhando e pensando e percebendo que essas miudezas são o verdadeiro motivo de qualquer coisa. Estarei sentada num dia cinzento em um banco qualquer, olhando nada e pensando demais e esperando, para ver se preciso ou se tenho, se vou ou se fico. Esperando essa coisa que já não sei o que é...
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